Enquanto ela cochilava entre seus sonhos infantís
Ele se secondia em sí mesmo,
Com medo de revelar-se com pensamentos tão vulgares.
Se sentia incompreendido e confuso,
Como quem anda com vendas nos olhos.
E ela continuava sonhando.
E, como em toda Estória de paixões infanto-juvenís,
Quem realmente armava, planejava e desejava era ela,
Finjindo estar dormindo só para vê-lo mais perto,
E ele se escondia.
Pórem, como o tempo passa,
Coisas estranhas acontecem à quem não se acostumou
Com as "adultisses" deste mundo inefável.
De tanto esconder-se em sí mesmo
Ele sumiu da escassa vista d'ela
Ela esqueceu-se d'ele,
Foi viver com um tal de "Capitão".
Ele morreu jovem, escondendo-se novamente,
Porém, dessa vez, atráz de uma garrafa de vinho.
Morreu só e sem amigos.
Ela, morreu velha, assassinada pelo marido,
Pega em flagrante o traindo.
Um tiro bastou para que ela se lembrasse
Que não deveria ter-se esquecido daquele
Com quem dividiu seu coração durante a primavera de sua
Longa, enfadonha e taciturna vida.