quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um Poema Qualquer

"Eu só queria um poema qualquer
pra expressar o pouco amor
que já me falta, que me faz falta,
que me consome e me dissolve.
Um poema qualquer que me indicasse
lugar, tempo, porquê...

Um poema qualquer que desfocasse
a minha mente de tais sentimentos.
Que suprimisse a falta
que eu sinto de ter os pés no chão,
o pensamento em ti,
plantando amores nesse peito..."

Ouvindo compulsivamente Los Hermanos.

Soturna

Tudo me satura
Nestes dias soturnos.
Não foco nada nem ninguém;
Ninguém me foca ou focará.
Pensar dificulta a respiração
E a vontade de chorar
Toma conta de mim.
Folhas brancas só me atormentam
Querendo que eu escreva,
Que eu me mostre, me revele.
Mas não posso! Não consigo!
Abaixo minha cabeça
E olho pra mim mesma:
Não sou mais o que quero ser.
Sou só mais um corpo vazio
Sem um querer, sem alma,
Sem vontades, sem mim.
O mundo gira e eu peço segurança,
Mas não tem ninguém pra me amparar.
Sou uma flor num deserto sem água,
Sem vida, sem beleza, sem gosto.
Sem rosto, reticências ou interrogações.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Domingo

O ócio do dia
É o ócio da noite:
Domingo, domingo!
-Detesto esse dia.

As horas se arrastam
Nada desenvolve:
Domingo, domingo!
-Dia mais fatigante.

A preguiça aumenta
E segunda já vem:
Domingo, domingo!
-Não será uma boa semana.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Poema de um Palhaço Triste

Tantas palavras inúteis,
Tão futeis tantas palavras são.
Nada fazem contra a guerra, contra a fome
E aos poucos sofocam o coração.

Dias fatigantes

Palavras me escorrem aos olhos
Me chegam à garganta
E sufocam o coração.
Meus versos tornam-se repetitivos,
E, perpetuamente, minha alma se retrai.
Tantos livros na estante
E nada me intereça a ler.
Que mais espero eu da vida?
Mais um dia fatigante,
Repleto de vontade de morrer.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Aparências & Et Coetera

Sorrisos demagogos não me faltam
Ao pé de minha infeliz situação:
Nada me consola, me dá paz ou faz feliz
Mesmo que eu tenha tudo o que quero
Quero o que não posso querer.
Minha vaidade não me satisfaz
Nem mesmo meu orgulho me defende.
Sinto-me apenas mais um ser humano decadente.

Sem escândalos nem caprichos
Me envolvo em mim mesma enquanto a chuva cai.
Desde quando meu olhos são tão foscos?
Um brilho: é o que eu desejo agora.
O que eu desejarei depois?
 - Qualquer coisa, desde que seja inalcançável.
Mas, por enquanto, aparências me sustentam.