Nestes dias soturnos.
Não foco nada nem ninguém;
Ninguém me foca ou focará.
Pensar dificulta a respiração
E a vontade de chorar
Toma conta de mim.
Folhas brancas só me atormentam
Querendo que eu escreva,
Que eu me mostre, me revele.
Mas não posso! Não consigo!
Abaixo minha cabeça
E olho pra mim mesma:
Não sou mais o que quero ser.
Sou só mais um corpo vazio
Sem um querer, sem alma,
Sem vontades, sem mim.
O mundo gira e eu peço segurança,
Mas não tem ninguém pra me amparar.
Sou uma flor num deserto sem água,
Sem vida, sem beleza, sem gosto.
Sem rosto, reticências ou interrogações.
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